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Texto curatorial
Em 2025, a Mostra de Cinema de Gostoso completa 12 anos, consolidando mais uma vez o Rio Grande do Norte como um dos destinos mais aguardados no circuito de festivais e mostras de cinema do país. Nesta 12ª edição, a programação conta com 36 filmes, distribuídos nas mostras Competitiva, Panorama, Potiguar e Sessões Especiais. Serão exibidos 12 longas-metragens e 24 curtas, produzidos em 13 estados, contemplando todas as regiões do país.
A Mostra reúne filmes selecionados pela equipe de curadoria a partir de afinidades estéticas e narrativas que perpassam a sensibilidade e as inquietações coletivas. Na mostra Competitiva, a sessão de abertura traz o longa A Natureza das Coisas Invisíveis (DF), filme que aborda os vínculos e afetos em transformação, construído a partir das experiências de duas crianças, revelando novas formas de convivência e liberdade, acompanhado do curta-metragem Dia dos Pais (AM), que tensiona as relações familiares num país em colapso.
A Mostra reúne filmes selecionados pela equipe de curadoria a partir de afinidades estéticas e narrativas que perpassam a sensibilidade e as inquietações coletivas. Na mostra Competitiva, a sessão de abertura traz o longa A Natureza das Coisas Invisíveis (DF), filme que aborda os vínculos e afetos em transformação, construído a partir das experiências de duas crianças, revelando novas formas de convivência e liberdade, acompanhado do curta-metragem Dia dos Pais (AM), que tensiona as relações familiares num país em colapso.
No segundo dia da Competitiva, a Mostra apresenta dois programas de longas e curtas-metragens. No primeiro, o curta Pupá (RN) conta a história de uma mulher que se orgulha da vida que construiu em seu território original. O longa Buenosaires (PE), que terá sua estreia mundial na Mostra, narra, pela perspectiva de seus moradores, as coincidências e distinções entre uma pequena cidade do interior pernambucano e a capital argentina. Na segunda sessão da noite, os curtas Presépio (RJ) e Queimando por Dentro (PE) adentram a casa de duas famílias brasileiras para pensar o que se esconde embaixo de aparentes silêncios e ficcionalizar o que se abre quando estes se rompem. Em seguida, o longa Morte e Vida Madalena (CE) acompanha a protagonista em sua travessia entre perda, criação e o cotidiano dos bastidores do cinema.
O terceiro dia da Mostra Competitiva, traz o longa-metragem Cais (BA), que numa jornada sobre ancestralidade e luto, abre caminhos para pensar e perceber o Tempo em suas mais amplas manifestações, o filme é acompanhado do curta-metragem Laudelina e a Felicidade Guerreira (RJ) que celebra a história de luta e perspicácia de Laudelina Campos de Melo, figura essencial para o ativismo das trabalhadoras domésticas do Brasil.
O último dia da Mostra Competitiva apresenta o longa Aqui Não Entra Luz (MG), filme que percorre espaços marcados por ausências e silenciamentos como tentativa de presentificar a memória num gesto coletivo de honra e reparação. Junto ao longa, os curtas A Nave que Nunca Pousa (PB) e Ressonância (RN) ajudam a compor uma reflexão sobre espaços cuja existência plena está em constante ameaça e sobre as escolhas de fugir ou ficar como forma de resistência.
Na Sala Petrobras apresentamos a já conhecida e aguardada Mostra Panorama, com filmes que percorrem diferentes formas e narrativas do cinema contemporâneo. Em 2025, a Panorama traz dois longas-metragens de ficção que provocam os limites de narrativas convencionais. O filme-ensaio, Uma Baleia Pode Ser Dilacerada como uma Escola de Samba (RJ), aborda o imaginário do carnaval carioca em sua beleza e ruína. Já Futuro Futuro (RS) nos instiga a pensar sobre um tempo porvir transformado pela inteligência artificial e a crise climática. Completando os longas da Mostra Panorama, estão dois documentários: As Travessias de Letieres Leite (BA), filme-tributo sobre o brilhante compositor e maestro baiano que nos deixou precocemente durante a pandemia de Covid-19, e A Mulher Sem Chão (PA), que apresenta os desafios de uma vida urbana para pessoas indígenas a partir da experiência singular de sua protagonista.
Os curtas-metragens que acompanham os longas apresentam investidas narrativas em torno da autorrepresentação e do desejo, como em Seu Corpo É Belo (RJ) e A Vaqueira, a Dançarina e o Porco (CE); experimentam o documentário e o trabalho de arquivo em Márcia Antonelli: das Palavras à Sobrevivência (AM) e Inquietas (RN); discutem as relações de trânsito e temporalidades em um mundo em colapso a partir de Quem se Move (SP) e Kaira e o Temporal (CE); e, por fim, reconfiguram os caminhos para acessar os sentidos de coletividade e ancestralidade nos filmes Boiúna (PA) e Fuá, o Sonho (RS).
A edição de 2025 inaugura um programa especial voltado à exibição de filmes potiguares. Dividido em duas sessões, o programa apresenta um conjunto de nove curtas-metragens produzidos no estado e que percorrem diferentes formatos — do documentário clássico às ficções especulativas e experimentais — e que, neste programa especial, abrem espaço para refletir sobre os percursos e as invenções estéticas dos realizadores potiguares no contexto do cinema contemporâneo brasileiro. Para compor a equipe de curadoria da Mostra Potiguar, convidamos o curador e realizador potiguar Rosy Nascimento, que se juntou à nossa equipe na seleção dos filmes do Rio Grande do Norte. Na seleção estão os filmes Medo de Cachorro, O Nó do Diabo, Passagem Única, Trajeto do Desmoronamento, Entre o Céu e o Mar, A Maré, As Dançadeiras de São Gonçalo, Carnavaleska e Recife Tem Um Coração.
Completam a programação da 12ª edição da Mostra de Cinema de Gostoso, sessões para lá de especiais, iniciando com a exibição do filme O Agente Secreto, representante do Brasil no Oscar. A Sala Petrobras inaugura uma novidade na programação: a sessão Clássicos Restaurados do Cinema Brasileiro, com a projeção de Cinemas, Aspirinas e Urubus, fazendo da Mostra também um palco para a preservação dos nossos cinemas. Para a sessão de encerramento, Dona Onete – Meu Coração Neste Pedacinho, filme que conta a história da artista do Pará que se tornou um ícone da música brasileira.
Equipe de curadoria
Carine Fiúza, Eugenio Puppo, Janaína Oliveira, Mariana Souza e Matheus Sundfeld.
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